
Um dos maiores desafios enfrentados pelos professores é integrar tecnologia às suas aulas. Na era da aceleração e da simultaneidade é urgente e necessário criar uma pedagogia de uso dessas tecnologias. Os alunos atuais já nascem imersos na cultura digital. São antenados, criativos, conectados o tempo todo, convivendo com o turbilhão de informações que recebem diariamente, de forma natural, nas diversas comunidades digitais das quais fazem parte.
Insistir em aulas do século XIX para alunos do século XXI é no mínimo paradoxal. Mas, como lidar em sala de aula, com essa geração sedenta pelo novo, pela aceleração e pela simultaneidade em que tudo acontece?
Trazer a tecnologia para escola é uma das formas de engajar mais suas turmas, de tornar as aulas mais instigantes e dinâmicas, de despertar o interesse e participação dos alunos. Sem sombra de dúvida, trazer, por exemplo, as redes sociais para as salas de aula é um excelente caminho para garantir o envolvimento e melhor aprendizado de crianças e adolescentes.
Uma das redes sociais mais utilizadas pelos nossos alunos é o Twitter. E por que não transformá-lo em uma excelente ferramenta de envolvimento e participação dos alunos nas aulas?
#TwitternaSaladeAula #Atividades
1. Dividir a turma em grupos, pedir que pesquisem um assunto da atualidade (utilizando # seguido da palavra chave como, por exemplo #preconceito) e recolham o que está sendo dito sobre o assunto . Após leitura dos tweets selecionados,criar um debate sobre o tema para trabalhar argumentação.
2. Proposta de retextualização: Os tweets são recheados de ironia, crítica e humor. Isso também acontece nas charges. Que tal fazer um link entre esses dois gêneros textuais com uma proposta em que os alunos transformem uma charge em tweets ou memes?
3. Criar um fórum de debate no Twitter, utilizando o site http://twtpoll.com/ para motivara formação opiniões e discussão sobre um determinado assunto.
4. Criar perfis de autores da literatura brasileira, de acordo com a escola literária estudada, a fim de trocarem ideias sobre o contexto social da época, suas histórias e personagens, elaborando replys e RTs.
5.Tweets que contam história: A partir de um livro, como por exemplo, “As vantagens de ser invisível” que é contado a partir de cartas, proponha que seja a história seja recontada a partir de tweets. ( Utilizando uma hashtag preestabelecida, cada grupo deverá ficar responsável por um capítulo ).
6. Após leitura do texto “Circuito fechado”, de Ricardo Ramos. Pedir que os alunos criem textos sobre o seu cotidiano, utilizando o mesmo recurso que o autor utilizou ( o uso intenso de substantivos), utilizando apenas os 140 caracteres do Twitter.
7. Que tal promover incentivo à leitura no Twitter? Cada aluno deverá escolher um livro para ler. Após a leitura, irá tweetar uma resenha literária sobre o livro lido. Se alguém da turma já tiver lido o mesmo livro ou se tiver interesse em lê-lo deverá dar reply ou RT.
Essas são apenas algumas das infinitas possibilidades de utilização do Twitter em sala de aula. E você? Já usou o Twitter como ferramenta de ensino? Compartilhe sua experiência conosco!
Por: Mônica Monção
O Twitter como ferramenta nas aulas de Língua Portuguesa
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Como o Twitter enriqueceu os debates em sala de aula.

O avanço tecnológico interfere cada vez mais no modo como nos comunicamos. Nas redes sociais, por exemplo, onde a agilidade e a informalidade são características marcantes , são utilizadas abreviações e emojis e a mensagem se multiplica rapidamente, uma vez que podemos reproduzi-la para muitas pessoas ao mesmo tempo.
O uso do internetês ainda é criticado por alguns pais e professores, visto como empobrecimento da língua. Mas, afinal, a linguagem utilizada nas redes deve ser trazido para a sala de aula de Língua Portuguesa?
Na verdade, a língua está em permanente processo de evolução e mudança, mas isso não interfere substancialmente em sua unidade. O internetês é uma das inúmeras variações linguísticas existentes dentro e fora do ciberespaço e pode ser considerado como uma forma inovadora de se manifestar por escrito, requerendo criatividade para melhor expressão num meio onde a rapidez é fator relevante. Além disso, o objetivo principal das aulas de Português é desenvolver a competência comunicativa dos alunos, tornando-os poliglotas em seu próprio idioma. Cabe a escola, portanto, contemplar as várias formas de comunicação, levando os alunos a refletir sobre a linguagem adequada à cada situação comunicativa, seja na oralidade ou na escrita.
Que tal uma aula em que os alunos possam pensar a linguagem no meio digital e perceber que dentro desse espaço, assim como fora dele, há muitas formas de se utilizar a língua e que saber adequá-las ao contexto em que a comunicação acontece é fundamental?
Plano de aula : Do internetês às outras linguagens
Público alvo: Anos finais do fundamental e Ensino médio
Objetivo geral: Refletir sobre os códigos de linguagem da internet buscando relacionar e estimular a adequação da linguagem ao meio em que ela acontece, analisando as variações da língua em seu uso.
Objetivos específicos:
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Analisar as situações onde são utilizados o internetês;
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Refletir sobre as variações da linguagem no “mundo virtual” e no “ mundo real”.
Recurso: sala de informática, internet
Estratégias:
Iniciar a aula com o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=nn5YBRzKaCA e leitura das tirinhas , seguido de debate sobre o tema.
No laboratório de informática, dividir os alunos em grupos e pedir aos alunos que dialoguem entre si, utilizando redes sociais, tais como Facebook, Twitter e Whatsapp. Em seguida criar uma situação em que eles tenham que enviar um e-mail para uma empresa pleiteando uma colocação profissional.
Pedir que os alunos percebam o tipo de linguagem utilizada em cada situação comunicativa e justifiquem a escolha da linguagem usada em cada meio.
Solicitar que cada grupo pesquise na internet:
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Um artigo científico,
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Um canal do Youtube de jogos e um de aulas para o vestibular;
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páginas do Facebook;
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Uma resenha de um livro;
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Um blog de moda e beleza;
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Um jornal on line;
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Um site de pesquisa Após ler/ assistir os conteúdos solicitados, comparar o tipo de linguagem utilizada em cada meio e, após discussão, cada grupo deverá elaborar um texto utilizando linguagem formal e linguagem informal, adequando ao meio escolhido. Por exemplo, os alunos poderão escolher escrever um texto sobre dicas de maquiagem para um blog e um artigo de opinião para um jornal, adequando a linguagem para cada propósito comunicativo.
Outra atividade que poderá ser proposta é a de retextualização de uma notícia de jornal convencional em uma notícia com um outro tipo de linguagem, como o utilizado pelos blogueiros do “Sensacionalista: um jornal isento de verdade”
Nessa atividade os alunos deverão observar os veículos usados para a divulgação das notícias, a linguagem utilizada por cada um, o propósito comunicativo e o público alvo.
Por: Mônica Monção
Novas tecnologias e variações linguísticas : do internetês às outras linguagens


Como usar o Twitter em sala de aula
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Avanço tecnológico: estamos preparados?
Após a leitura do texto GPS,de Zeca Baleiro e a exibição da reportagem "Jovens conectados", do programa Profissão Repórter, os alunos foram convidados a refletir sobre as transformações trazidas pela tecnologia e de que forma os impactos causados por essas mudanças influenciam a formação do homem.
As reflexões foram registradas e transformadas nos textos publicados a seguir.
TECNOLOGIA NA SALA DE AULA
Entrevista com Maria Elizabeth de Almeida
Desafios da educação na era digital
Entrevista com Martha Gabriel





Ler e escrever fora dos muros da escola: por um ensino de gramática além da gramática
“ No dia em que as escolas se derem conta de que estão ensinando aos alunos o que eles já sabem, e que é em grande parte por isso que falta tempo para ensinar o que eles não sabem, poderá ocorrer uma verdadeira revolução.” ( Sílvio Possenti, 1996, pp32). Enquanto não nos dermos conta dessa verdade tão simples e não mudarmos nossa maneira de ensinar a língua materna, nossos alunos continuarão com dificuldades de leitura e produção de textos e nós vamos continuar a nos queixar de que eles não aprendem e não se interessam pelas aulas de Língua Portuguesa. É urgente que deixemos os muitos equívocos em relação ao ensino de lado e que procuremos novas maneiras e soluções para o efetivo aprendizado da língua materna.
Há uma enorme lacuna entre o que se aprende dentro dos muros da escola e o que está além desses muros, assim como no que está dentro da gramática e a língua em uso real. Não é mais possível no mundo globalizado em que estamos inseridos, vivenciar um aprendizado que não contemple os diversos espaços reais e virtuais de que fazemos parte e de suas múltiplas linguagens. É necessário compreender que é possível aprender em outros espaços além da escola e que é preciso fazer uma conexão entre os conteúdos ensinados em sala de aula e esses outros ambientes, assim como é necessário desfazer alguns equívocos em relação ao ensino da gramática. Se aprendemos gramática para que possamos nos comunicar bem tanto na oralidade quanto na escrita, por que o ensino de língua portuguesa não tem conseguido cumprir o seu objetivo? Por que os nossos alunos que chegam ao nível superior com tanta defasagem em sua competência comunicativa?
Afinal? A gramática deve ou não ser ensinada? Não há dúvidas de que se deve ensinar gramática. O problema está em como ensiná-la, ou seja, ensinar a gramática além da gramática em aulas de língua materna que ultrapassem os muros da escola, que possibilitam aos alunos conhecer e utilizar a multiplicidade de linguagens existentes em sua língua. É preciso compreender que os manuais de gramática com suas regras e definições não dão conta da língua: não ensina ninguém a falar, escrever e ler com proficiência. O dever da escola é ensinar a língua oferecendo condições para que os alunos adquiram competência para usá-la nas mais diversas situações comunicativas de que farão parte. Entretanto, não é com teorias e regras gramaticais que esse objetivo será atingido, mas sim com atividades de pesquisa, contextualizadas interdisciplinares, através de reflexões sobre o uso dos elementos linguísticos, das experiências reais de leitura e de produção de textos orais e escritos que os alunos serão capazes de construir seu próprio saber linguístico.
Por: Mônica Monção
REFERÊNCIAS:
ANTUNES, Irandé. Gramática Contextualizada: limpando"o pó da ideias simples" . São Paulo: Parábola Editorial, 2011
POSSENTI,S. Por que (não) ensinar gramática. Campinas:Mercado das letras,1996
Alguns exemplos de plano de aula e projetos que comtemplam um ensino da gramática além da gramática, você pode verificar no meu portfólio online.

Gilberto Dimenstein defende o aprendizado além dos muros escolares
"O grande papel da educação é formar pessoas criativas e com imaginação e você não faz isso entuchando de testes"

Além dos Muros da Escola
“Aprender não é só ficar dentro de uma sala quatro horas por dia escrevendo, escrevendo e escrevendo. A gente tem que ter uma visão mais ampliada do que é o mundo”, avalia o estudante Cristian Alves, do 7º ano do ensino fundamental da EMEF Assad Abdala

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Interatividade: o uso do hipertexto na sala de aula
Muito utilizado na era digital, o hipertexto facilita a vida do leitor. Na contemporaneidade com o excesso de informações, os textos ganham uma estrutura hipertextual, como forma de organização em rede, facilitando a interatividade textual necessária para a busca da informação com mais rapidez.
No hipertexto, o leitor passa a participar, pois ele pode escolher os vários caminhos dentro do texto, selecionando pontos que o levam a outros textos ou outras mídias para complementar o sentido de sua leitura e aprofundar sua pesquisa.
Diante desse novo jeito de leitura e escrita, ou seja, não-linear e não hierarquizada e que permite acesso ilimitado a outros textos em apenas um click. Qual o papel do professor ?
O papel do professor é auxiliar o aluno a ler e escrever diante desse novo paradigma, é o de leva-lo a ser um pesquisador e acima de tudo conduzi-lo ás várias oportunidades de estudo sobre os diverso novos gêneros digitais surgidos a partir da internet e do hipertexto, como por exemplo o e-mail, o chat, as redes sociais, os blogs, os sites, as videoconferências enfim, tudo o que as novas tecnologias trouxeram para a interação entre as pessoas.
Diante do exposto, a partir a interatividade professor-professor e por meio da co-construção de um plano de aula, elaboramos um exemplo de trabalho de leitura e de escrita de produções hipertextuais.

Alessandra Cabral e Mônica Monção
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Hipertexto: o que é isso?
Oficina de hipertextos
“ Todo texto impresso pode ser um hipertexto, mas nem todo hipertexto pode ser um texto impresso”.
Antonio Carlos Xavier
